quarta-feira, 1 de maio de 2019

O 1º de Maio e as lutas dos assalariados do Mundo

No congresso de Genebra, em 1866, foi o primeiro realizado pela Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) fixou as 8 horas de trabalho diário como limite máximo de trabalho diário. Teve como combate pelo fim das jornadas de trabalho de 14, 12 e 10 horas nas industrias e no comercio, e da do sol a sol na agricultura.
Pelo caminho para a luta dos assalariados pela redução do trabalho para as 8 horas diárias, atravesso-se a Comuna de Paris, entre 18 de Março e 28 de Maio de 1871, vigorou a liberdade total em Paris.
       
       “A verdadeira revolução acontece quando mudam
         os papéis e não apenas os autores.” 
         (Gilbert Cesbron) 

Mas a Comuna de Paris em 28 de Maio de 1871, esta utopia, foi esmagada violentamente pelas armas do exercito.

Nos anos 70 e 80 a luta pela redução do horário de trabalho para as 8 horas diárias teve como protagonistas os operários nos Estados Unidos da América.

A federação dos Trabalhadores dos Estados Unidos da América e do Canadá na sua quarta conferência anual que se realizou em Chicago em 1885, aprovou uma greve geral pela conquista das 8 horas diárias, no dia 01 de maio de 1886, greve essa que durou e se prolongou pelos dias seguintes, apesar da repercussão, tendo havido mortes e prisões na cidade de Chicago e, centenas de feridos.

A luta pelas reivindicações pelas 8 horas de trabalho está intimamente ligada aos "mártires de Chicago" que em 1886-7 foram assassinados em Chicago.

Tal como em Chicago também em Paris a Policia e as Forças Armadas dispararam sobre a manifestação matando dez manifestantes entre homens, mulheres e crianças, a que se deu o nome da "carnificina de Fourmies".

Após o congresso de Paris, e cumprindo as suas resoluções, em 1890 a Associação dos Trabalhadores da Região Portuguesa, cumpre a resolução do congresso e, marca nesse ano uma manifestação para o dia 1º de Maio onde o operariado português comemora com manifestações e convívios esse dia, onde é reclamado o estabelecimento das 8 horas de trabalho diário.

Durante os últimos anos da monarquia o 1º de Maio foi sempre comemorado.

Após a implantação da Republica o 1º de Maio foi comemorado com uma autorização tácita, tendo em muitos municípios sido feriado, tendo em 1919 saldado-se na aplicação das 8 horas de trabalho diário.

Quando do golpe de estado de 28 de maio de 1926, o Estado Novo suprimiu as liberdades fundamentais, e estatizou os sindicatos, tendo desde sempre procurado impedir as comemorações do dia de 1º de Maio. Com mais ou menos imaginação os os portugueses, nomeadamente os operários procuraram comemorar esse dia.
O 1º de Maio de 1960, e tendo em atenção a agudização da luta pela liberdade perante a ditadura fascista que atormentavam os portugueses, os operários e os portugueses em geral manifestaram-se nesse dia, tendo a manifestação de Lisboa tido a comparência de 100.000 manifestando-se, no Porto 20.000 e em Coimbra 5.000. Nesse mesmo dia cerca de 200.000 assalariados rurais do Alentejo e Ribatejo impuseram aos agrários e ao governo de Salazar o horário das 8 horas diárias.

Após o 25 de Abril de 1974 o 1º de maio foi comemorado em liberdade e foi oficializado como dia feriado. Também os portugueses têm os seus mártires, dois operário mortos pelas forças de segurança no 1º de maio de 1982.

Hoje comemora-se o centésimo vigésimo oitavo 1º de Maio, em Portugal e na maioria dos países do Mundo em Liberdade.

Fiquem bem.

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