sábado, 20 de abril de 2019

Reforma aos 80 anos ou e privar os jovens de emprego?


Antes da greve dos motoristas de produtos perigosos, tinha sido notícia o estudo do Professor Amílcar Moreira sobre a sustentabilidade da Segurança Social, estudo esse realizado para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde a figura mais fácil de ser aplicada é o aumento da reforma para os 70 ano, mas então, o que vamos fazer aos muitos jovens que virão nascer no futuro, ou, vamos mesmo abdicar de aumentar a natalidade?

Voltando ao estudo, e vou retirar dos muitos artigos que li alguns parágrafos que considerei relevantes para tentar dar a minha ideia do porquê da minha oposição a tal medida, aparece como explicação para a opção do aumento da reforma a longevidade dos portugueses, e então onde colocamos os jovens?, na precariedade que tanto satisfaz os empregadores portugueses, onde os baixos salários são a norma, bom esses baixos salários já é quase para todos depois da troika e Passos Coelho/Paulo Portas.

Então temos que …

 “Reconhecendo o desafio evidenciado por estes resultados, no que resta deste estudo avaliaremos um conjunto de alternativas que, potencialmente, poderão melhorar a sustentabilidade financeira do Sistema de Pensões Português”. Em cima da mesa são colocados três cenários: Aumentar as contribuições para o sistema, reduzir o valor das futuras pensões e aumentar a idade da reforma até quatro anos.”

Bom, temos três alternativas qual delas a mais penalizadora.

Prossigamos, este estudo mais parece uma encomenda da OCDE, “A OCDE fez uma análise ao sistema de pensões português e concluiu que é necessário alargar a aplicação do factor de sustentabilidade e agravar o corte mensal das reformas antecipadas.”

Ora bem, Portugal por decisões externas nunca vai deixar de ser um país pobre, então onde figura as promessas de Mário Soares, Cavaco e dos muitos políticos portugueses e europeus que prometeram a quimera e agora vão levando o povo português á pobreza e depois queixam-se do aparecimento dos populismos que vão prometer uma mudança de paradigma de vida dos povos.

Mas há mais, lembram-se daquela economista que no tempo de Passos Coelho/Paulo Portas dava conferencias de imprensa para anunciar que tínhamos de apertar o cinto cava vez mais, pois ai está ela a dizer que ainda não chega, “Teodora Cardoso defende que a reforma de 2007 daSegurança Social não chega e que uma solução duradoura tem de incluir um pilarde capitalização nas pensões "de contribuição definida".” Sim aquela economista do Concelho de Finanças Públicas que foi substituída recentemente, e que mais parecia um elemento da troika e do governo neoliberal que por cá esteve e, não abalou sem deixar o seu veneno a pairar sobre a cabeça dos portugueses.

Em 2016 o Tribunal de Contas encontrou no parecer da Conta geral do Estado detectou incorrecções que levaram a criticar o Estado pela forma como geriram e gerem o FEFSC, Os juízes criticam a gestão do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social: dizem que está demasiado dependente de dívida pública e que há partes da carteira sem gestão activa.

(…)
Tribunal de Contas

Parecer da Conta Geral do Estado, 2015”

E assim o mais prático é aumentar o tempo de actividade de trabalho, diminuir as frágeis reformas e as contribuições sobre o trabalho, claro que este aumento incidirá maioritariamente sobre os trabalhadores, mas aumentar a empregabilidade e a diminuição da precariedade no trabalho, está para estes estudiosos de secretário fora de causa.

Felizmente o Ministro do trabalho veio a público dar uma opinião contrária (…) “Ministrorejeita hipótese e diz que prioridade é reforçar FEFSS.” assim como a CGTP-Intersindical que veio de encontro ao que aqui defendi, “o secretário-geral da CGTP considerou, esta sexta-feira, que a sustentabilidade financeira da Segurança Social não se resolve com o aumento da idade da reforma, mas com emprego estável e melhores salários que darão origem a uma subida das contribuições.”

Não me vou alongar mais sobre um assunto que tem de ser bem discutido para que voltemos a ser um país soberano numa Europa de todos e não só de alguns, foi com medidas antissociais que as duas últimas grandes guerras se iniciaram com o aparecimento de populistas que iludiram os povos que se encontravam em défice financeiro e muita precariedade de subsistência.

No entanto é um livro a ler no futuro próximo.

Fiquem bem.


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